A Dra. Rachel Tavares agora é uma de nossas autoras no blog do Pilates André Lima.
- Formada em medicina pela Faculdade de Medicina de Campos – RJ
- Residência médica em ginecologia e obstetrícia pelo Instituto Fernandes Figueira – RJ
- Pós graduação em Ginecologia Endócrina pelo Instituto Fernandes Figueira – RJ
- Pós graduação em infertilidade e Reprodução Assistida pelo Fertility Medical Group – SP
- Mestre pela Universidade Federal do Rio de Janeiro
- Médica do Centro de infertilidade e Medicina Fetal do Norte Fluminense
A gestante e a COVID-19
Inicialmente muitos de nós acreditamos que o novo coronavirus seria uma fase, algo passageiro, temporário… mas os dias foram passando, dias que viraram semanas e semanas que foram meses, e até hoje não sabemos ao certo quando essa pandemia vai ter um fim. Estamos tentando aos poucos voltar a rotina, adaptar a nossa vida ao cenário atual e colocar alguns planos em prática com toda a segurança e cautela que o período requer.
Diante dessas circunstâncias, muitos casais questionam-se sobre o impacto do COVID19 na gestação. O que fazer se engravidar? E se a gestante for diagnosticada e quais os riscos da doença afetar o bebê?
Apesar de muitos estudos nessa área, as informações disponíveis permanecem escassas, necessitam de mais tempo para serem consolidadas e ainda podem ser modificadas a qualquer instante. O que se sabe até o momento, é que as gestantes, apesar da imunidade diminuida pela própria gravidez, não parecem desenvolver sintomas mais graves do que a população em geral.
A maioria dos casos graves e óbitos em gestantes estavam relacionados ao pré-natal de alto risco e presença de comorbidades maternas, como diabetes gestacional, obesidade e doenças cardíacas. No Brasil, um dos principais fatores que vem contribuindo para o número alarmante de mortes maternas pela covid não está associado a virulência do vírus nesse grupo, mas a dificuldade de acesso a um sistema de saúde bem equipado e estruturado.
Transmissão da mãe para o bebê
Até agora, não há comprovação de transmissão vertical, ou seja, de que o vírus possa ser transmitido da mãe para o feto ainda no útero ou durante o parto. Até a presente data, apenas um caso de possível transmissão vertical foi relatado. Vale ressaltar que o vírus não foi identificado no líquido amniótico, o que afasta, à principio, os riscos de má formação fetal e abortos. Além disso, não foi identificado o vírus no leite materno, logo, a amamentação não está contraindicada desde que a mãe deseje continuar amamentando e tome alguns cuidados adicionais, como lavar as mãos antes de pegar o bebê e utilizar máscara.
Influência no Parto
A presença de infecção pelo coronavírus também não influencia a via de parto. O parto normal pode acontecer e a cesarea deverá continuar sendo por indicação obstétrica.
Até o momento, nenhum agente antiviral específico ou vacina está disponível para o tratamento da COVID-19, a não ser em protocolos de pesquisa. As tentativas de uso de antivirais também não foram liberadas.
Em algumas situações, o tratamento farmacológico da gestante pode necessitar de uma discussão multidisciplinar, incluindo além do obstetra, a presença do infectologista. As consultas de pré-natal e pós parto devem ser mantidas, sendo necessário avaliar se a paciente não apresenta algum sintoma que a classifique como caso suspeito, provável ou já diagnosticado como portadora da COVID-19.
É necessário ficarmos sempre atualizados com as informações a cerca do novo coronavírus, até que os estudos apontem uma profilaxia ou a cura para o COVID19. Até lá, precisamos continuar com todas as medidas de prevenção para evitar a infecção por esse vírus.
Dra. Rachel Tavares- Ginecologista/Obstetra