Diástase abdominal: O que é, como identificar e o que fazer?

O que é?

A diástase abdominal é o afastamento do músculo reto abdominal e do tecido conjuntivo que acontece durante a gravidez, e esse afastamento é normal e precisa acontecer durante a gestação, é considerado normal um afastamento de até 2 cm no pós-parto. A Diástase é a principal causa de flacidez abdominal e dor lombar no pós-parto. É importante ressaltar que a diástase não se dá apenas na gestação, mulheres sem filho e homens também podem ter a diástase.

Esse afastamento pode chegar a 10 cm, mas até 5 cm a possibilidade de recuperação através de exercícios e fisioterapia é muito grande. Caso não seja possível recuperar com o tratamento conservador, a cirurgia será indicada. Esse distanciamento do músculo se deve a fraqueza do abdômen, que chega ao seu estiramento máximo até o final da gravidez.

Existem evidências que mostram que 37% das mulheres grávidas apresentam essa condição, com recuperação espontânea após o parto. Porém existem alguns casos que não recuperam e que para isso é importante alguns cuidados específicos. Sendo assim, é de suma importância nós, profissionais que trabalham com gestantes e puérperas, entendermos bem essa condição, as causas e como tratá-la.

Ilustração da diástase

Causas

Fisiológica

É uma condição natural a diástase durante a gravidez. Pois o corpo aproveita a frouxidão da linha alba (no meio da barriga) para criar espaço para as vísceras e para o crescimento do útero durante os 9 meses de gestação.

Contração excessiva dos músculos do abdômen

A musculatura do abdômen possui diversas funções. Geralmente uma contração excessiva dessa musculatura, até na atividade física regular, pode levar a um aumento da PIA (pressão nitra-abdominal) comprimindo as vísceras, causando assim a diástase não fisiológica.

Outras causas

• Múltiplas gestações;

• Sedentarismo causa uma pré-disposição à diástase;

• Idade superior a 35 anos;

• Já ter dado à luz a um bebê com peso acima da média;

• Gestação de gêmeos.

Tipos de Diástase

Diástase com ruptura total

Está associada a barriga estufada.

Diástase com a ruptura central

Associada a barriga de grávida e a barriga com buraco com ou sem hérnia umbilical.

Diástase com ruptura abaixo do umbigo

Associada a barriga avental e a barriga pochete.

Diástase com ruptura acima do umbigo

Associada a barriga de estômago alto.

Como identificar

O problema ocorre quando há uma distância acima de 1,5 cm na porção superior da linha alba, 2,2 cm a 3 cm acima do umbigo e 1,6 cm a 2 cm abaixo do umbigo.

Você pode fazer uma autoavaliação da diástase:

https://youtu.be/VU4-OnxAaAI

Deite de barriga para cima e em seguida contraia seu abdômen, e faça o movimento inicial de um abdominal tradicional (flexão de tronco). Logo após você precisa apalpar seu abdômen acima do umbigo e tentar perceber se há algum espaçamento entre os músculos. Se o espaçamento for de um ou dois dedos, é provável que você esteja no nível inicial.

Mas calma, não se desespere, para se certificar procure seu médico. E em caso de confirmação, detectar o grau da diástase. Se confirmada, agora vamos ver como recuperá-la.

Quais os exercícios contra-indicados

Durante a gestação, alguns movimentos não são adequados, por exemplo os que alongam em demasia o abdômen, os de rotação e o abdominal tradicional de erguer a cabeça e o tronco na posição deitada, principalmente após a 12ª semana de gravidez. Também não é indicado o abdominal lateral. Esses exercícios aumentam a pressão interna do abdome e pioram a diástase, principalmente quando não bem orientados.

Exercícios mais indicados

Os exercícios mais indicados para recuperar a diástase sempre será após a liberação médica e são estes:

Exercícios respiratórios para ativação da musculatura mais profunda do abdômen (transverso do abdômen); exercícios hipopressivos, que são técnicas com exercícios rítmicos e posturais que têm por objetivo auxiliar a diminuição da pressão intra-abdominal e intra-torácica; exercícios isométricos para o abdômen e as pranchas laterais;

Exercícios para o assoalho pélvico também serão prescritos, pois depois do parto normal, principalmente, essa musculatura se distende muito, perdendo função.

Também precisamos orientar as pessoas com diástase para posturas corretas durante o dia a dia, bem como a forma como sair da cama (virar-se de lado e usar o apoio das mãos para levantar).

Perdigueiro: fortalecimento da musculatura para-vertebral mobilidade de quadril

No tratamento da diástase, que pode ser iniciado em puerpério imediato (inicia logo após a saída da placenta e vai até o 10° dia) com atividades em decúbito dorsal, com quadris e joelhos flexionados, fazendo a contração isométrica da musculatura abdominal que se encontra flácida e muito fraca. As puérperas relatam que se sentem “muito estranhas” pois não conseguem perceber a contratação abdominal, por isso já podemos pedir que aos poucos elas já possam iniciar o trabalho de respiração e power-house.

Fortalecimento de abdutores e glúteo médio

No puerpério tardio (do 12° ao 42º dia após o parto) a diástase do reto abdominal ainda pode estar presente. O trabalho de contração isométrica do transverso abdominal e os exercícios de mobilização pélvica com contração do reto abdominal devem continuar e devem ser realizados em todas as posições

Ponte: fortalecimento de glúteo e adutores

No puerpério remoto (a partir do 45˚ dia até que a mulher retome sua função reprodutiva) geralmente é quando elas chegam em nosso estúdio, e nessa fase já podemos colocar exercícios abdominais um pouco mais intensos, mas sempre respeitando o grau de condicionamento de cada uma.

Fortalecimento de abdômen e coxas

Espero ter ajudado vocês! E contem comigo para a prevenção e/ou recuperação da diástase.


Prof. André Lima @prof.andrelima_oficial

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