O termo parto humanizado já está ficando “batido”, mas é preciso falar sobre algumas coisas que talvez vc ainda não saiba.
Ele não é sinonimo de parto a todo custo, na banheira, em casa ou com sofrimento. Ele é o retorno ao protagonismo da mulher. Mas entenda: NÃO DEVEMOS ROMANTIZAR O PARTO. Porque parir dói e você pode solicitar analgesia. E nem por isso deixará de ser humanizado.
No parto tb tem sangue, cocô, xixi, gritos…Muitas vezes tudo isso te fará se desequilibrar emocionalmente. E aí entra o apoio de uma equipe preparada para te acolher. Assistir vídeos e fotos de partos é muito bom. Porém, muitas vezes eles mostram mais o lado romântico. As luzinhas piscando no teto, a música tranquila de fundo, as dancinhas entre as contrações, mas podem não mostrar que no parto há momentos de desespero, perda de controle emocional, haver complicações (muitas vezes inevitáveis) como hemorragia, lacerações, bebês que nascem precisando de suporte imediato do pediatra e até mesmo de uma cesárea intraparto.
Esse post não é para te fazer desistir de parir. Pelo contrário. Ele é necessário! Porque nós profissionais de saúde podemos estar pecando em falar muito sobre os benefícios dessa forma de nascer e talvez deixamos de falar com clareza sobre as outras questões.
Mas, atenção:
Saiba que parto humanizado não é sinônimo de parto sem intervenções. Em alguns casos intervenções serão necessárias (baseadas em evidências científicas e com o consentimento da gestante), pois o parto é mesmo uma “caixinha de surpresas”.
Portanto, sonhe com o seu parto, mas não o romantize!
Partos a jato, com a mãe sorrindo no expulsivo, com calmaria 100% do tempo e fotos maquiada, muitas vezes pode não ser a sua realidade. Busque a equipe que deseja e se conecte com ela. Tire todas as dúvidas antes, durante e depois. Esteja aberta ao diálogo. Isso te fará perder o medo, a se conscientizar e a se equilibrar em situações adversas.
E o que você vê nessa foto? Um casal recém parido, vivendo a tão sonhada “Golden Hour”? Correto! Mas antes desse click teve muita dor, grito, choro, vontade de desistir, tapa na obstetra, união e final feliz. É isso! Sonhe, mas com o pé no chão.
Dra Thayanna Alves, ginecologista e obstetra CRM 52964786 @drathayanna.alves
